Uma pesquisa divulgada no final de março pela ONG Safe Kids Worldwide, baseada em Washington, nos Estados Unidos, revelou que, todos os dias, 160 crianças vão parar nos atendimentos de pronto-socorro em todo o país por terem ingerido medicamentos acidentalmente. No total, em todo o ano de 2014, período analisado pelo estudo, foram 59 mil casos de intoxicação por vitaminas, analgésicos ou outros remédios em todo o país.
Em geral, os pais sabem que essas substâncias são perigosas e tentam mantê-las fora do alcance, mas basta um piscar de olhos para que as crianças peguem aqueles comprimidos que encontram na bolsa da mãe, em cima de balcões, no chão ou em caixinhas portadas pelos avós ou outras pessoas dentro de casa. Os organizadores de remédios foram responsáveis pela maior parte dos registros: 23% do total.
Embora os números sejam dos Estados Unidos, no Brasil, esse tipo de acidente também é comum. “Há muitos avós que vivem com as famílias e é comum que as pessoas mais idosas precisem tomar remédios. Quando as caixinhas ficam ao alcance das crianças, mesmo que por pouco tempo, existe o risco”, diz Gabriela Guida de Freitas, coordenadora da ONG Criança Segura.
Para evitar que esses acidentes aconteçam na sua casa, o ideal é reforçar os cuidados com o manuseio e o armazenamento de medicamentos. Confira as dicas de Gabriela.
- A dica básica é manter os remédios em um lugar alto e, de preferência, trancado. “Se for só alto e não puder ser trancado, cuidado para não manter em cima de uma estante ou próximo de algum móvel que a criança consiga escalar”, diz a especialista.
- Se alguém da família está tomando uma medicação que precisa ser levada na bolsa, ou mesmo para quem carrega aquelas cartelas de emergência de analgésicos, por exemplo, é preciso prestar muita atenção no lugar em que essa bolsa é deixada, ao chegar em casa ou mesmo no carro. Lembre-se de deixar tudo fora do alcance dos seus filhos.
- Quando há idosos em casa, além de orientá-los sobre os cuidados com o local que deixam os remédios, é preciso ficar atento para casos de esquecimento.
- Quando seu filho precisar tomar remédio, nunca diga que é “docinho” ou que é “balinha” para convencê-lo a ingerir a medicação. As crianças podem associar a informação e querer experimentar as substâncias, em horários ou doses erradas.
- Se algum outro cuidador, como uma babá, por exemplo, for responsável por dar a medicação para a criança, reforce a orientação sobre a dosagem adequada e sobre a necessidade de guardar o remédio no lugar certo depois.